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O GAE, é uma sociedade civil sem fins lucrativos, formalmente constituída em 1990, cujo objetivo primordial é a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida da população. Nossa proposta é atuar junto à sociedade e aos órgãos governamentais responsáveis pelas questões ambientais, promovendo atitudes que resultem na solução efetiva dos problemas que afetam o meio ambiente. O GAE é inteiramente gerido por voluntários que abraçam as mais variadas causas ambientais, porém com ênfase na conservação da biodiversidade, na manutenção da integridade dos ambientes de montanha e na ampliação e efetiva implantação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC. A captação de recursos para o desenvolvimento de projetos específicos não é a forma de atuação preferencial do GAE, sendo sua ação muito mais baseada no acompanhamento crítico das políticas públicas para o setor e na denúncia dos problemas que afetam, não raro com recurso à imprensa e à Justiça.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

GAE - Um ano de reaçizações! (Boletim GAE Março/1991 - Por André Ilha)

GAE – Um Ano de Realizações


No dia dois de abril o Grupo Ação Ecológica completou o seu primeiro ano de existência legal, que veio somar-se ao período anterior quando, informalmente, integrávamos o Movimento Pró-Morro da Pedreira em sua luta específica. Foram doze meses de muito trabalho, inteiramente calcado na participação voluntária de pessoas que acreditam que ainda há tempo de salvar nosso país e nosso planeta das conseqüências negativas de um equivocado conceito de desenvolvimento que ainda permeia o pensamento econômico mundial.

Os resultados desse esforço coletivo são evidentes para aqueles que acompanharam nossa trajetória, o primeiro deles dizendo respeito à própria consolidação da recém-criada entidade. Assim, cumprimos todos os requisitos legais de sua constituição e regularização perante o poder público; criamos a infra-estrutura básica necessária ao seu funcionamento e divulgação; elaboramos – e agora informatizamos – uma mala direta que nos coloca em contato regular com nossos associados, entidades e órgãos ambientalistas; ultrapassamos a marca de 100 associados – primeira meta estipulada nesse sentido e que nos confere expressiva representatividade. Além disso, temos mantido a edição bimestral do informativo "Ecologia e Ação" onde são apresentadas as lutas, conquistas e dificuldades do GAE, além de veicular para todos os seus leitores outras informações de interesse ecológico geral.

O Grupo Ação Ecológica logo se definiu como uma organização de cunho nitidamente conservacionista, o que não surpreende àqueles que conhecem a sua origem. Isso significa que a luta pela criação de novas unidades de conservação ambiental (Parques, Reservas Biológicas etc.) e pela efetiva implantação das já existentes, assim como propostas de recuperação de áreas degradadas e de proteção a espécies e ecossistemas ameaçados, se constituem em nossa principal linha de atuação. Este fato reflete-se em nossos projetos atuais: aquele que é conhecido como Projeto Pedra Branca, por exemplo, visa estudar em profundidade os inúmeros problemas que afligem aquele importante Parque Estadual e propor soluções (ou até mesmo executá-las, dependendo do caso) para eles. Outro projeto em curso busca a criação da Reserva Florestal do Pão de Açúcar, ou unidade equivalente, de tal forma que seja assegurada a integridade do conjunto dos morros da Urca e do Pão de Açúcar e de seu entorno. E a “Escalada para o Mundo”, um evento de caráter internacional que deverá acontecer pela primeira vez em setembro deste ano, pretende chamar de forma enfática a atenção do mundo para a imperiosa necessidade de se estabelecer um novo relacionamento do ser humano com o planeta que o abriga. Além disso, aproveitaremos a oportunidade para apresentar ao presidente Collor uma importante reivindicação: a regularização fundiária de todas as unidades de conservação ambiental federais do país, uma velha dívida legada por governos anteriores e que esperamos que agora seja finalmente resgatada.

O GAE encontra-se hoje cadastrado nos principais órgãos governamentais ligados à área do meio ambiente, o que tem nos proporcionado um fluxo contínuo de informações e convites para participarmos de eventos e trabalhos importantes. Assim, temos estado presentes, sempre que possível, junto à comunidade ambientalista local e a nacional, atuando em causas comuns e na preparação da Rio 92, o maior evento já realizado em todos os tempos e que, como todos sabem, acontecerá em junho do próximo ano aqui no Rio de Janeiro. Estamos participando do Fórum Estadual e do Fórum Nacional das ONGs (Organizações Não Governamentais) que integrarão a Conferência Paralela e do Grupo que foi indicado pela APEDEMA/RJ (Assembléia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro) para ocupar uma das duas vagas oferecidas pela Prefeitura às entidades ambientalistas na organização do evento paralelo – um orgulho e uma grande responsabilidade para nós.

Enfim, podemos afirmar que ao longo desse seu primeiro ano de vida formal, o GAE construiu uma sólida imagem de seriedade e dedicação que naturalmente se reverte à causa ambiental. Entretanto, nosso maior obstáculo tem sido a escassez de recursos e principalmente de tempo de seus militantes. Por esta razão, uma de nossas principais metas para os próximos doze meses é a ampliação da estrutura de funcionamento do grupo, que inclui uma sede fixa e a contratação de uma secretária para desobrigar a atual diretoria e seus colaboradores de todo um elenco de tarefas burocráticas indispensáveis porém desgastantes.

De qualquer forma, conseguimos passar bem pelas primeiras questões que nos propusemos a enfrentar e agora, mais experientes e amadurecidos, prosseguiremos confiantes em nossa linha de atuação.

André Ilha

A Guerra e o Meio Ambiente. (Boletim GAE Janeiro/1991 - Por André Ilha)

A Guerra e o Meio Ambiente


A guerra no Golfo Pérsico, vergonhosa como as demais, teve o macabro privilégio de ter introduzido, em grande escala, um novo conceito bélico: o de guerra ambiental.

Todos assistimos horrorizados, através dos meios de comunicação, às dramáticas imagens conseqüentes do gigantesco derramamento de petróleo a partir do terminal do porto de Mina Al Ahmadi, no Kuwait. “Os danos previstos para a fauna e a flora da região são devastadores. Nós estamos falando de um tipo de desastre ecológico que o mundo nunca viu”, diz um membro da organização ambientalista Friends of the Earth.

Somado à carga de fumaça tóxica lançada diariamente à atmosfera devido aos incêndios em refinarias, tanques e oleodutos e devido às explosões de bombas “convencionais”, o derramamento no Golfo Pérsico está criando condições ambientais tão desfavoráveis que seus efeitos se farão sentir, em maior ou menor escala, por todo o planeta. Isto sem falar nas armas químicas, biológicas e nucleares, que até o momento em que este texto estava sendo escrito ainda não haviam sido empregadas. Mas até quando?

Pouco importa saber, do ponto de vista ambiental, quem foi o responsável direto pelo derramamento e pelas explosões – certamente não existem mocinhos neste roteiro. Ambos os lados são cúmplices na selvageria com que se agridem, assim como nas mentiras com as quais iludem os seus (e outros) povos, conduzindo-os a sofrimentos e perdas indescritíveis, mas perfeitamente evitáveis caso a política mundial fosse conduzida por pessoas sensatas.

Cabe a nós, então, que temos consciência da fantástica extensão do que está acontecendo e de seus óbvios efeitos negativos, engrossar o coro dos pacifistas, que já se posicionaram contra esta e todas as guerras e protestar. O conflito deve cessar logo e suas conseqüências ecológicas e sociais minimizadas, para que o desastre não seja total.

Que os esforços sejam redobrados no sentido da preservação de nosso meio ambiente; sugerimos, inclusive, que os países hoje em litígio destinem seus poderosos recursos econômicos para projetos conservacionistas, ao invés de empregá-los na concepção e uso de artefatos de destruição em massa.

Finalmente, que não tenhamos mais a tristeza de ver armas produzidas pelo Brasil sendo utilizadas nos campos de batalha do mundo, pois nunca seremos tão pobres que não possamos dispensar dinheiro vindo de fonte tão nefasta.

André Ilha

Missão Cumprida! (Boletim GAE Novembro/1990 - Por Lúcia Duarte)

Missão Cumprida


Chega ao fim a gestão da primeira diretoria do Grupo Ação Ecológica. O principal trabalho desta equipe foi criar uma infra-estrutura que permitisse ao GAE existir como entidade de fato e de direito. Foi nossa preocupação constante a formação de uma imagem de seriedade e competência – matéria básica para sermos ouvidos em nossas reivindicações e sugestões, nossas ações, enfim, presentes e futuras.

Dentro deste espírito, estabelecemos contatos com as diversas entidades governamentais que lidam oficialmente com meio ambiente procurando, de forma participativa, somar no esforço de solução de questões como reflorestamento, implantação de unidades de conservação ou a denúncia de violações e degradações de ecossistemas.

Procuramos também nos relacionar e cooperar nas reivindicações de associações de moradores e de outras entidades ambientalistas que tenham causas e objetivos semelhantes aos nossos, apoiando eventos e colaborando de forma efetiva sempre que solicitados.

Também sempre que possível lidamos com a Imprensa de maneira a divulgar a ideologia e as ações de nosso grupo para, a partir de uma opinião pública favorável, solidificar nossa posição e representatividade.

Finalmente, ao mantermos contato e procurarmos um entrosamento com políticos afetos às causas ambientais buscamos um apoio importante às questões que defendemos em termos legislativos, base de mudanças e de pressão na esfera governamental.

Sabemos que a aceitação de nossas ideologia nem sempre será unânime, como unânime não é o pensamento humano, mas também sabemos que ao nos mantermos firmes na direção dos objetivos que nos propomos a alcançar estaremos cumprindo com determinação a tarefa inerente à organização que construímos – a defesa das causas relacionadas com as questões ambientais.

Temos atualmente em nosso quadro cerca de 90 filiados (número que consideramos bastante expressivo se levarmos em conta o pouco tempo de nossas formação) cujo apoio significa patrimônio precioso para a representatividade do Grupo. Acreditamos, portanto, que nessa primeira gestão a diretoria cumpriu de forma satisfatória sua função e que a nova diretoria dará, ao longo dos próximos dois anos, continuidade ao trabalho iniciado, estendendo cada vez mais nossa contribuição à causa ambiental.
Saudações Ecológicas,
Lúcia Duarte

Uma Questão de Consciência. (Boletim GAE de Setembro/1990 - Por Lúcia Duarte)

Uma Questão de Consciência


A questão ecológica tem em si, necessariamente, desdobramentos de ordem política e social. O fato de nos organizarmos para reivindicar e lutar em favor da defesa do meio ambiente é uma atitude política, uma tomada de posição. Se nos organizamos é porque decidimos nos unir e agir para tentar mudar uma situação da qual discordamos. Trata-se, sem dúvida, de uma questão de ideologia – ou de idealismo.

Já faz tempo que estamos inconformados com a situação ambiental do país. Sabemos que no quadro de degradação está embutida a deterioração social provocada pela crônica crise econômica e política de décadas de equívocos, ganâncias e desgovernos. Distorções genéticas da sociedade ocidental, como a tese do crescimento ilimitado num planeta com recursos limitados permeiam as decisões governamentais que procuram encontrar soluções imediatistas para problemas ancestrais – afinal não é de agora que o homem destrói, sem a preocupação de repor os recursos necessários à sua sobrevivência.

Entretanto, temos agora, mais uma vez, a oportunidade de ajudar a mudar a situação. É através do voto – delicioso exercício democrático – que poderemos escolher pessoas que deverão nos representar, traduzir nossos anseios e governar, em nosso nome, a sociedade da qual fazemos parte. Sabemos que nem sempre esta escolha resulta em tarefa fácil, mas só assim poderemos participar diretamente na construção de um mundo um pouco mais parecido com o que sonhamos. E isso exige responsabilidade e consciência, pois a causa ecológica não é apenas uma questão teórica. É, antes de mais nada, um problema prático, que sentimos em nós.

O Grupo Ação Ecológica tem, como não poderia deixar de ser, uma postura supra partidária, mas está atento às ações dos poderes que comandam a sociedade. Temos buscado fazer contato com diversos órgãos – federais, estaduais e municipais – envolvidos com as questões pertinentes ao meio ambiente, assim como com políticos de diversos partidos que atuam em favor da causa ambiental procurando encaminhar os problemas que levantamos – e que não são poucos, como todos sabem – na busca de soluções mais eficazes.

É dentro deste espírito que elaboramos um documento para ser encaminhado aos partidos políticos. Será a contribuição do G.A.E. na forma de sugestões para o que consideramos ser uma política ambiental correta, coerente com a realidade e que pretende ajudar a reverter o quadro de constante agressão ao patrimônio natural. Denunciar apenas não é suficiente, é preciso agir.

Saudações Ecológicas.

Lúcia Duarte

É preciso começar já! (Boletim GAE de Junho/1990 - Por Lúcia Duarte)

É Preciso Começar Já


O Grupo Ação Ecológica é o resultado da união do esforço de pessoas que têm objetivos firmes em favor da causa ambiental. Apesar de recentes, temos uma história e um caminho trilhado que seguramente vamos estender.

Chegar até aqui – o começo – já é conseqüência de um trabalho intenso que uniu a determinação de um grupo para abraçar uma causa justa, por uma questão de ideal.

Porém, acima do ideal, está a conscientização de que algo precisa ser feito em favor da defesa do meio ambiente e que temos o dever de participar. Somos um grupo de ação porque não podemos apenas contemplar a degradação impune que vem sofrendo o acervo natural em todo o país.

Nossa origem, o meio excursionista, nos coloca frente a frente com a imponência da natureza, que estamos habituados a lidar. Esta intimidade nos leva a uma atitude de compreensão e respeito para com o patrimônio ecológico.

É no contato íntimo com montanhas, florestas, rios e mares, que sentimos a força e a pujança do planeta que nos coube habitar. Podemos, desta forma, facilmente compreender que somos apenas uma espécie entre as espécies de animais e vegetais a quem foi dado o direito de viver. Não somos melhores, mas em nome de uma pretensa superioridade, a raça humana tem se dado o direito soberano de destruir. Tem sido assim ao longo dos séculos, mas agora, alguns de nós se dão conta de que é hora de parar. Estamos entre estes. E com gravidade assumimos que temos o direito e o dever de lutar.

Não acreditamos no modismo ecológico, mas temos fé de que a crescente mobilização é fruto de uma também crescente conscientização. Acreditamos sobretudo que nós – espécie humana – somos capazes de integrar o ambiente natural sem devastá-lo, de conviver em harmonia com nossos companheiros do planeta Terra – sejam eles de origem animal ou vegetal.

Temos planos porque temos esperança. Sabemos que um esforço conjunto pode reverter o processo de degradação e levar-nos a um futuro melhor.

Ainda há tempo de salvar o planeta. Mas é preciso começar já.
Saudações Ecológicas.
Lúcia Duarte

Não deixe o morro morrer!











Transporte de mudas - Morro da Urca 20/12/2008.


No sábado, 20/12/08, ocorreu um mutirão de reflorestamento no entorno do Pão Açúcar/Urca. Foi realizado o transporte de 260 mudas para os locais de plantio: 20 de Eugenia Copacabanensis (uma espécie de pitanga) e 240 doadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Na ocasião a Prefeitura não pôde transportar as mudas do horto de Guaratiba até a Fortaleza de São João, na Urca, por motivos operacionais, mas o IEF se prontificou a fazer o transporte gratuitamente, disponibilizando 2 veículos. O Gal. Sérgio e o Cel. Brasil, da Fortaleza de São João, dispuseram um local para guarda das mudas e também disponibilizaram uma equipe de 5 militares, comandados pelo Cb. Souza para ajudar no transporte(Soldados Eliotério, Diego Lira, Costa Alves, Tavares e Clébio). Essa ajuda é resultado de uma parceria que a Fortaleza firmou com o Grupo Ação Ecológica (GAE) e com a Femerj. Neste mutirão não foi possível iniciar o plantio, pois o tempo estava muito instável, mas todos os voluntários se dispuseram a ajudar no plantio também.